Herzer, a autobiografia de um dissidente nas tramas do “sexo rei”: quando gênero-sexualidade-geração inventam destinos

Do interior da Febem Vila Maria, em São Paulo, emergiu a autobiografia de Anderson Herzer no início dos anos 1980. Foi um jovem branco, institucionalizado, vítima abusos sexuais na adolescência e protagonista uma transição que o tornaria dissidente sexual, ao ter se desviado identidade gênero do nome colado à sua pele desde nascimento como Sandra Mara. O artigo analisa as condições emergência dessa autobiografia, problematizando práticas disputas para tal “relato si” fosse possível termos editoriais momento tanto discutia “questão menor” formas ressocialização jovens imprensa, movimentos sociais instituições Estado. Pelas lentes pós-estruturalismo Michel Foucault Judith Butler, assim crítica feminista interseccional Kimberlé Krenshaw Carla Akotirene, deslindam-se tramas poder os jogos saber atuaram nas nomear constituir figura Herzer. Toma-se monumento atravessado por políticas autoria memória, demandas (in)viabilizaram constituição relato forma conteúdo. Aponta-se, maneira, modos si podem ser lidos narrativa autobiográfica efeito subjetivação fomentam ou criticam hierarquias balizadas pelas diferenças gênero, raça geração. Palavras-chave: história tempo presente; interseccionalidade; Herzer; cisgeneridade.